quarta-feira, 16 de maio de 2012

Pouca proteína, pouca saúde

A ingestão de pouca ou nenhuma proteína leva a problemas como o bom funcionamento do sistema digestivo. Esse é um fator preocupante já que a proteína após alguns processos no organismo é reduzida a aminoácidos também fundamentais para a saúde. 

Uma dieta pobre em proteína provoca a atrofia e a redução dos neurônios do gânglio celíaco, uma parte do sistema nervoso simpático fundamental. É ele que inerva os neurônios da parede do intestino delgado, porção que realiza os movimentos peristálticos e o controle da absorção de nutrientes. A falta de proteína na alimentação também é responsável pela morte dessas células nervosas, constataram pesquisadores da Universidade de São Paulo em um estudo feito em colaboração da Universidade de Liverpool, da Inglaterra. 

Segundo a nutricionista do Grupo de Apoio Nutricional Enteral e Parenteral (Ganep), Isis Tande da Silva, 15% da ingestão diária de alimentos deve ser constituída de proteínas. Peixe, soja e grão de bico são, segundo a especialista, fontes de proteínas.
Leite, peixe, soja e grão de bico são fontes de proteínas.

 "Elas são extremamente importantes, já que são utilizadas na formação de toda estrutura do corpo e na regulação de várias reações fisiológicas. O único cuidado a ser tomado é que alguns alimentos ricos em proteínas, como carnes vermelhas e leite, são ricos em gordura saturada", explica. As proteínas são compostos hidrosolúveis. "Dessa forma, quando comparada à digestão das gorduras, insolúveis em água, sua digestão ocorre de forma mais rápida e fácil", diz. Isis afirma que os três macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) devem ser consumidos durante todo o dia, distribuídos entre as refeições. "O fundamental é que estejam presentes na dieta, juntamente com vitaminas e minerais presentes em frutas e verduras, constituindo assim uma alimentação saudável", destaca. Digestão da proteína Isis explica que as proteínas têm sua digestão iniciada no estômago. "Ao longo de todo o trato gastrintestinal, enzimas proteolíticas atuam de modo a reduzi-las a aminoácidos. Assim, monossacarídeos e aminoácidos são absorvidos nas células intestinais", afirma.

No total, são 23 aminoácidos. Desses, quinze podem ser sintetizados pelo próprio corpo, enquanto oito devem vir dos alimentos. Uma dieta rica em frutas, verduras, nozes, sementes, brotos ou legumes, garante os oito aminoácidos necessários. O conteúdo de aminoácidos utilizáveis nos vegetais é muito superior ao encontrado em alimentos de origem animal. No entanto, o calor do cozimento coagula ou destrói muitos aminoácidos que perdem sua função para o uso do corpo. Por isso, prefira sempre alimentos frescos.






Alimentos que ajudam a ganhar Músculos

A boa alimentação ajuda os músculos a chegarem a uma definição mais rápida e de uma form muito mais saudável, sem necessidade alguma do uso de esteroides anabolizantes por exemplo.



Uma alimentação deficiente ou desregrada pode afetar diretamente o rendimento e o resultado de um treino, principalmente pelo consumo errado de carboidratos, ou por outro lado, o seu consumo exagerado momentos antes da prática física" explica a nutricionista Maria Luiza Bellotto, especializada em Nutrição Esportiva. 


Segunda a especialista, assim como alguns alimentos podem atrapalhar o desempenho, outros ajudam na formação dos músculos, na manutenção da saúde do tecido muscular e aumentam a energia durante o exercício. 



A proteína é sem dúvida o nutriente mais importante para quem procura músculos mais volumosos e definidos. "As proteínas têm a função de reparar as microlesões que ocorrem como um processo fisiológico normal quando se pratica atividade física e proporcionar a sua regeneração e formação de novas células musculares. Elas também têm o papel fundamental para a formação de hormônios em geral e transporte de nutrientes pelo corpo", explica Maria Luiza Bellotto. 



Por conta é disso é essencial que se escolha corretamente os alimentos para serem consumidos antes e depois do treino. 



Abaixo seguem alguns alimentos ricos em nutrientes importantes para quem tem um objetivo na academia:


Ovo

Ele possui aminoácidos essenciais para formar o tecido muscular e também para mantê-lo funcionando bem. "A gema do ovo é formada por proteína de alto valor biológico. Assim, ela combate microlesões e ajuda novas células a serem formadas", diz. Além disso, o ovo também é fonte de vitamina D, que aumenta a síntese de proteínas e, consequentemente, ajuda na formação de novos músculos. 

Quantidade ideal: um ovo com gema, que equivale a 120 calorias.

Azeite de oliva 



Rico em gorduras monoinsaturadas e polifenóis, o azeite de oliva impede a oxidação de tecidos, processo que leva ao envelhecimento dos músculos. Ele também diminui os níveis de colesterol ruim, o LDL, na corrente sanguínea, previne contra acidentes vasculares e infartos e ainda dá mais energia. De acordo com a nutricionista, essas gorduras são fontes de energia para as células de todo o corpo, aumentando a resistência das células musculares.  

Quantidade ideal: use de uma a duas colheres de sopa por dia, em saladas e também para cozinhar.


Abacaxi 

Leve e refrescante, o abacaxi é ideal para ser consumido um pouco antes do treino. Ele é fonte de potássio, magnésio e cálcio, minerais diretamente envolvidos na contração muscular. Contém também as vitaminas A, B1 e C, que impedem a oxidação dos músculos. "Alimentos de baixo a médio índice glicêmico, de fácil digestão e com fibras, como as frutas, são ótimas para serem consumidas antes do treino, já que não pesam no estômago e contém nutrientes e vitaminas importantes para o corpo", diz Maria Luiza Bellotto. 


Soja 

Um estudo feito pela Universidade de Evansville, nos Estados Unidos, concluiu que a proteína da soja atua na síntese e na reposição de proteínas perdidas durante a atividade física. Assim, colocar soja na dieta ajuda não só na formação do tecido muscular como também em sua manutenção.  


Cereja 

Consumir essa frutinha duas vezes por dia ajuda a reduzir as dores musculares causadas por exercícios físicos, diz um estudo feito pela Universidade de Northumbria, no Reino Unido. "A cereja tem grandes quantidades de potássio, fibras e vitamina C, nutrientes importantes para o corpo, e que podem acelerar o processo de recuperação muscular", diz a nutricionista Carla Fiorillo, da Unifesp. 


Espinafre 
Quem sempre comeu espinafre pensando no exemplo do Popeye acertou em cheio. Essa verdura tem octacosanol, uma substância presente em vegetais verde-escuros que aumenta a captação de oxigênio pelos músculos. "O octacosanol potencializa o processo de geração de energia pela quebra de açucares, gorduras e proteínas. Portanto, se não aumenta de modo significativo a força muscular, ao menos já sabemos o espinafre participa diretamente no metabolismo de produção de energia para os músculos", explica Maria Luiza Bellotto .

Carne vermelha 

Ela é a principal fonte da vitamina B12, indispensável para o bom funcionamento das células nervosas e musculares do corpo. Além disso, a carne vermelha é fonte de todos os aminoácidos essenciais para o organismo, ferro, zinco e proteínas. Na hora de escolher a carne, vale a pena escolher os cortes magros, como maminha, lagarto e filé mignon.  
Quantidade ideal: a carne vermelha deve ser consumida de duas a três vezes por semana. Um bife médio de carne magra tem de 150 a 200 calorias e não compromete a dieta.

Agrião 

Fonte de ferro e vitamina C, essa hortaliça diminui a fadiga muscular causada por atividades físicas muito intensas, segundo um estudo feito pela Universidade Cornell, nos Estados Unidos.  

Água 

Como aproximadamente 70% dos nossos músculos são formados por água, é muito importante manter o corpo hidratado para ter uma musculatura mais volumosa e definida. "Além disso, sem água não há uma síntese proteica eficiente, o que atrapalha a formação de novos tecidos musculares", diz Maria Luiza Bellotto.  

Brócolis 

Para quem sente muitas dores depois dos exercícios, comer brócolis é fundamental. Um estudo feito pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, descobriu que ingerir uma porção de brócolis em pelo menos uma das refeições do dia ajuda a prevenir dores nos músculos, bastante comuns após os exercícios. "Esse estudo mostra um resultado muito possível, já que o brócolis é um alimento rico em vitaminas antioxidantes. Os carotenoides presentes em grandes quantidades no brócolis são o betacaroteno, luteína e zeaxantine. Estes antioxidantes neutralizam os radicais livres, que causam danos às células saudáveis", explica Maria Luiza Bellotto. 




terça-feira, 6 de março de 2012

Boa alimentação com fibras

A boa alimentação é muito importante para a saúde e para a manutenção de atividades do corpo, ajudam ainda na hora de dormir e a combater algumas doenças, além de proporcionar um bem-estar. Pois bem, vamos falar um pouco sobre os alimentos ricos em fibras.




Os alimentos ricos em fibras são muito importantes para a saúde. As fibras não são encontradas em alimentos de origem animal, como carnes, ovos e laticínios, apenas nas plantas. Elas são as partes dos grãos, vegetais e frutas que ajudam no processo digestivo e auxiliam o trabalhar do intestino.
Uma dieta rica em fibras e com pouca quantidade de gorduras melhora o funcionamento do intestino, previne doenças do coração, câncer e diabetes. As fibras também ajudam no controle de peso, prevenindo e tratando a obesidade. Estes alimentos ficam mais tempo no estômago e dão a sensação de saciedade. Assim, acabamos ingerindo menos calorias ao longo do dia.



Os alimentos comuns podem ser trocados pelosalimentos ricos em fibras e pelas versões integrais. Para quem não gosta muito dos integrais, existem em alimentos em forma de farelo, como a linhaça, por exemplo. Os farelos podem ser colocados em bolos, pães, massas e até mesmo no arroz.
Os feijões, ervilhas, grão de bico, lentilhas e outras leguminosas podem ser colocadas em sopas, cremes, ensopados e saladas, pois são excelentes fontes de fibras. Prefira consumir arroz integral, cevada integral, farelos, trigo para quibe em sopas, saladas e pratos principais. Além de mais saudáveis, também ajudam a diferenciar o cardápio do dia-a-dia.
As frutas e hortaliças como a maçã e a batata, também são ricas em fibras, que ficam concentradas em suas cascas. Faça saladas, recheios para sanduíches, tortas, sucos e coma frutas frescas.

Dicas sobre o consumo de fibras

Nunca aumente rapidamente o consumo de fibras na dieta, pois você pode sentir flatulências, estufamento, cólicas ou diarréia. Para evitar os desconfortos, o aumento deve ser gradativo, assim seu intestino pode se adaptar.
Aumente o consumo de líquidos, o ideal é de 6 a 8 copos diariamente, para não dificultar a absorção de minerais. As barrinhas de cereais são saborosas e podem ser encontradas em diversos sabores. Elas possuem alta quantidade de fibras como granola e outros cereais.

Conheça alguns alimentos ricos em fibras

Cereais integrais: aveia, quinoa, arroz e pão integral, linhaça
Frutas: laranja, maçã, manga e ameixa, sempre com casca e bagaço
Vegetais: couve, repolho, agrião e berinjela
Grãos: feijão, lentilha, soja, ervilha e grão-de-bico
Fonte

Dicas para Pernas e Bumbum DURINHOS

Não adianta negar, a mulherada quer pernas e bumbum bem definidos, mas nem sempre com a correria do dia-a-dia dá para ir para a academia, sem contar que pelo cansaço malhar se torna uma tortura não é verdade?! Pois bem pensando nessas mulheres ocupadas mas que se preocupam com o corpinho, resolvemos procurar dicas que ajudem vocês a conseguirem um bom resultado sem gastar muito tempo e sem precisar estar numa academia. Vamos as dicas!!!




O primeiro exercício que você pode fazer é esse: dar “um passo à frente”, de maneira que o joelho forme um ângulo de 90° em relação à perna. O detalhe de não permitir que o joelho ultrapasse a linha das pontas dos pés deve ser seguido nesse exercício.

Retorne à posição inicial e faça o mesmo movimento com a outra perna. O joelho da perna de trás deve ser levemente flexionado e direcionado para o chão. Pratique de 2 a 3 séries de 16 a 24 repetições (no total). Intervalos entre 45 segundos a 1 minuto entre séries.

Segundo exercício: de pé, com os pés paralelos posicionados na mesma largura dos ombros, Flexione os joelhos, como se fosse sentar, até um ângulo aproximado de 90°. Esse movimento deve ser executado de forma que os joelhos não ultrapassem a linha das pontas dos pés. Os músculos mais trabalhados nesse exercício são o quadríceps e os glúteos. Realizar de 2 a 3 séries de 12 a 20 repetições. Intervalos entre 45 segundos a 1 minuto entre séries.

O terceiro exercício: Semelhante ao exercício anterior, mas com o passo sendo efetuado no sentido lateral. Não permitir a projeção do joelho para uma linha imaginária à frente dos pés. Retorne à posição inicial e faça o exercício com a outra perna. Trabalha o quadríceps, adutores e glúteos. Realizar de 2 a 3 séries de 16 a 24 repetições (no total). Intervalos entre 45 segundos a 1 minuto entre séries.




O quarto exercício: Posicionando-se á frente de um obstáculo, como um degrau de escada, por exemplo, coloque um dos pés totalmente apoiado sobre o mesmo, deixando o joelho num ângulo entre 90° e 100°. Realizar o movimento de subida no obstáculo, levando o joelho contrário para cima, na altura do quadril. Retorne devagar à posição inicial e suba novamente. Realizar 2 a 3 séries de 12 a 20 repetições em cada perna, com intervalos entre 45 segundos a 1 minuto.

É importante lembrar que consultar um médico antes de iniciar qualquer atividade física evita o aparecimento de problemas posteriores. Consulte um médico e um nutricionista.

Fonte da dica

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Adesivo anticoncepcional como usar!

O adesivo anticoncepcional transdérmico é mais uma modalidade de anticoncepcional hormonal reversível de alta eficácia à disposição da mulher. Como a pílula anticoncepcional, ele contém dois hormônios (estrogênio e progestogênio) que são absorvidos através da pele de maneira eficiente e prática.
EVRA é o primeiro e único adesivo anticoncepcional transdérmico disponível para uso clínico. Produzido por Janssen-Cilag Farmacêutica, ele é fino, do tipo matricial (dispensa reservatório para os hormônios) e tem uma superfície de contato de 20cm2 de área. EVRA é composto por três camadas: uma camada externa de revestimento flexível que confere o suporte estrutural e protege a camada intermediária; uma camada adesiva intermediária que contém os hormônios etinil-estradiol (EE) e norelgestromina (NGMN), e uma terceira camada, transparente, que protege a camada adesiva e é retirada pouco antes da aplicação.

Cada adesivo contém 0,60mg de EE e 6,00mg de NGMN e libera na circulação sanguínea 20 e 150mcg do respectivo hormônio a cada 24 horas.
Pelo fato de serem absorvidos através da pele e não passarem pelo fígado antes de exercer sua ação, ao contrário do que ocorre com a administração de hormônios pela boca, a via transdérmica tem a vantagem de não sobrecarregar o fígado e de precisar, por isso, doses totais significativamente menores de hormônios para manter os níveis hormonais necessários para garantir o efeito anticoncepcional de alta eficácia. O adesivo é um quadrado de cantos arredondados com, aproximadamente, 4,5x4,5cm, muito fino e de um poliéster transparente, flexível, muito resistente e impermeável, que impede que a umidade e impurezas interfiram com os hormônios e sua absorção. O EE é o estrogênio utilizado na maioria das pílulas anticoncepcionais e a NGMN é o metabólito ativo do norgestimato, um progestagênio moderno e sem ação androgênica. Ambos são esteróides sintéticos de comprovada atividade farmacológica. A NGMN, além de já testada como anticoncepcional, pelas suas características é também empregada no tratamento de reposição hormonal em mulheres no climatério.
Fonte: www.anticoncepção.org.br


Anticoncepcionais influenciam na escolha do parceiro sexual. Sera?


O emprego de métodos contraceptivos modernos, principalmente as pílulas anticoncepcionais, amplamente disseminadas desde a década de 1970, é responsável por uma grande revolução para a humanidade, pois reduziu o número de gestações indesejadas e o total de mortes maternas.

Desde a sua adoção, esse método contraceptivo tem permitido às mulheres um controle sobre a sua fertilidade e a possibilidade de ter, de forma segura, um número maior de parceiros sexuais.

As pílulas anticoncepcionais também tornaram possível controlar a taxa de natalidade da população, programar melhor as gestações e mesmo interromper, de forma relativamente simples, o ciclo reprodutivo feminino.

O uso disseminado de pílulas anticoncepcionais também tem sido responsável por elevar o nível de escolaridade feminina
Cientistas sociais consideram que o uso disseminado de pílulas anticoncepcionais também tem sido responsável por elevar o nível de escolaridade feminina, contribuindo, assim, para o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho.

Além disso, o uso de pílulas anticoncepcionais traz benefícios à saúde feminina, pois diminui os riscos de câncer ovariano em cerca de 40% e os de câncer no endométrio em torno de 50%.

Por outro lado, existem alguns riscos associados ao consumo de anticoncepcionais orais. O seu emprego frequente pode aumentar os riscos de câncer de mama e, quando associado com o fumo (principalmente em mulheres jovens), pode elevar as ocorrências de doenças cardiovasculares.

Contudo, deve-se considerar que esses riscos são pouco significativos perto dos benefícios proporcionados pelo uso das pílulas anticoncepcionais.


Ciclo menstrual e sexualidade humana
Apesar da ampla disseminação do uso das pílulas e do número expressivo de estudos sobre seus efeitos sociais e colaterais, os impactos potenciais psicológicos e comportamentais desses medicamentos ainda não foram testados de forma ampla e profunda.

No entanto, pesquisas recentes lançam luz sobre as influências do ciclo menstrual na sexualidade humana e indicam que o uso de pílulas anticoncepcionais pode influenciar de forma surpreendente alguns aspectos da vida de suas usuárias e mesmo de seus parceiros sexuais.


Esquema do ciclo menstrual. Os hormônios folículo estimulante e luteinizante produzidos na hipófise controlam e, ao mesmo tempo, são influenciados pelos hormônios ovarianos progesterona e estradiol. Os contraceptivos orais alteram esse balanço hormonal natural.
Análises indicam que o período fértil induz modificações físicas sutis na face, no odor e no timbre de voz da mulher. Durante esse período, as mulheres tendem a se preocupar mais com a aparência, buscando se tornar mais atraentes. Até as suas fantasias sexuais, em geral, aumentam. Supõe-se que, dessa forma, a natureza estaria dando uma ajuda na reprodução de nossa espécie.

Pesquisas em que voluntárias avaliaram o grau de atratividade masculina a partir de fotos de desconhecidos, manipuladas ou não por ferramentas computacionais, indicam que a escolha de parceiros também varia de acordo com a fase do ciclo menstrual da mulher.

As mulheres preferem parceiros com características mais masculinas, de aspecto mais simétrico e menos relacionados geneticamente com elas durante a fase fértil de seus ciclos menstruais (em torno do 14º dia após a menstruação). Em outras fases, contudo, elas elegem parceiros com características masculinas menos marcantes. (Leia outra coluna em que o tema é explorado)

Essas características masculinas são consideradas pelos estudiosos do assunto um sinal do bem-estar genético e da saúde reprodutiva humana. Portanto, haveria, durante o período fértil feminino, uma preferência entre as mulheres por parceiros que oferecem maiores benefícios genéticos, ao contrário do que ocorre nas outras fases do ciclo, quando há uma predileção por parceiros menos avantajados geneticamente, mas que possam, por outro lado, ser "bons pais" e manter relações mais duradouras.

Pesquisas indicam que o período fértil feminino tem também uma poderosa influência sobre o sexo masculino
Outras pesquisas indicam que o período fértil feminino tem também uma poderosa influência sobre o sexo masculino. Nessa fase, observa-se nos homens um aumento da agressividade e de comportamentos voltados para a manutenção de seus relacionamentos sexuais. Além disso, eles consideram mulheres que estão próximas do seu período fértil mais atraentes. Talvez isso explique por que, de vez em quando, você, leitor do sexo masculino, ache aquela amiga com quem convive diariamente simplesmente linda...

Estudos mais polêmicos indicam, inclusive, que durante o período fértil as mulheres apresentam uma maior motivação para relações extraconjugais. Contudo, surpreendentemente, o número de relações sexuais entre as mulheres e seus parceiros habituais ─ maridos e namorados ─ não aumenta com a proximidade da ovulação.

Deve ser enfatizado, no entanto, que a consumação efetiva de uma relação extraconjugal depende da qualidade do parceiro efetivo e dos custos envolvidos. Quem alguma vez traiu provavelmente sabe disso... A suspeita ou mesmo a certeza da infidelidade responde pela maior parte dos conflitos matrimoniais e é o principal motivo das separações.


Pílulas e seleção de parceiros
Aparentemente, o uso de pílulas anticoncepcionais – que altera o balanço hormonal natural do ciclo menstrual – afeta as variações observadas no meio do ciclo, evitando que parceiros com melhor qualidade e menor compatibilidade genéticas sejam escolhidos.

O uso de pílulas anticoncepcionais afeta as variações no meio do ciclo menstrual, evitando que parceiros com melhor qualidade e menor compatibilidade genéticas sejam escolhidos
Isso poderia resultar em efeitos negativos para os casais formados durante o uso da pílula e para a sua prole. A escolha de parceiros com genótipos mais similares aumenta, por exemplo, os riscos de pré-eclampsia e a incidência de partos prematuros e abortos espontâneos.

Ela contribui também para a geração de filhos com variantes gênicas (alelos) iguais, ou seja, com um grau menor de variabilidade genética e, consequentemente, para uma imunidade mais baixa nesses indivíduos.

Se pesquisas mais amplas e aprofundadas demonstrarem que de fato o uso de pílulas anticoncepcionais afeta a seleção de parceiros, deveremos, no futuro, analisar a influência desses medicamentos sobre o grau de satisfação feminina em seus relacionamentos afetivos e a sua contribuição para a ocorrência de divórcios.


Relevância do contexto social
Cabe lembrar que nem sempre as mulheres escolhem parceiros que apresentam as características físicas que as atraem mais e que, na escolha de parceiros, estão envolvidos diversos outros aspectos, como apoio financeiro e psicológico e a proximidade social e geográfica.

O contexto social também deve ser levado em conta. A importância das preferências femininas na seleção de seus parceiros depende da oportunidade que a sociedade lhes dá para fazer as suas escolhas.


O químico mexicano Luis Miramontes (1925-2004) foi um dos inventores da pílula anticoncepcional. (foto: Wikimedia Commons)
Somente a realização de estudos mais amplos e detalhados poderá esclarecer se as variações hormonais observadas durante o ciclo menstrual podem afetar os diversos aspectos da sexualidade humana e indicar se o uso de pílulas anticoncepcionais pode realmente influenciar a escolha de parceiros sexuais em nossa espécie.

Se isso for verdade, seremos obrigados a concluir que o uso das pílulas anticoncepcionais tem causado transformações mais radicais e profundas em nossa sociedade do que imaginávamos.

Jerry Carvalho Borges
Departamento de Medicina Veterinária
Universidade Federal de Lavras

Fonte: cienciahohje.uol.com

Uma mulher Grávida pode engravidar!!!

É possível uma grávida engravidar? A resposta mais óbvia para essa pergunta é negativa. Contudo, a ocorrência desse fenômeno ainda pouco estudado pela ciência e conhecido como superfetação pode surpreender muitos e dar pistas sobre os processos associados à reprodução humana.

A superfetação é um evento raríssimo em que ocorre a gestação simultânea de dois embriões em estágios de desenvolvimento diferentes em uma mesma fêmea. Isto só acontece se ela for capaz de ser fecundada mesmo já tendo um embrião em gestação em seu útero.


Para isso, a fêmea grávida deve ovular (na verdade, ovocitar, pois a célula liberada pelo ovário é um ovócito e não um óvulo) no ciclo seguinte ao qual engravidou pela primeira vez. Isso pode, a princípio, parecer simples. Contudo, não o é...

Apesar da ovocitação ocorrer a cada mês, esse processo é normalmente interrompido durante a gravidez devido à regulação da reprodução por meio da ação orquestrada de uma série de hormônios produzidos pelo organismo feminino.

Um desses compostos hormonais – o hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) – é produzido pelo hipotálamo, uma região localizada na porção central inferior do encéfalo. Ele é conhecido por exercer um controle sobre a glândula hipófise anterior ou adenohipófise que, por sua vez, comanda a secreção hormonal de outras glândulas do organismo.

O GnRH exerce controle sobre a secreção dos hormônios da adenohipófise denominados folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH). O FSH age sobre os folículos ovarianos, ativando a meiose do ovócito e a mitose e diferenciação das células associadas ao futuro gameta feminino. Já o LH estimula a ovocitação, tornando o ovócito apto para ser fecundado por um espermatozoide.


Estrutura em 3D da progesterona (imagem: Wikimedia Commons)
Também sob estímulo do FSH e, principalmente, do LH, desenvolve-se no local onde ocorreu a ovocitação uma glândula endócrina provisória conhecida como corpo lúteo. O corpo lúteo produz os hormônios 17β-estradiol e níveis elevados de progesterona. Esses hormônios esteroides mantêm a camada interna do útero ou endométrio preparada para receber e sustentar o embrião.

A progesterona também atua sobre o muco localizado na abertura do útero (cérvix), que se torna viscoso, impedindo assim a penetração de outros micróbios e de espermatozoides no interior uterino. Além disso, esse hormônio ovariano também inibe a produção de GnRH e de FSH, bloqueando, assim, o desenvolvimento de novos ovócitos.

Se a fecundação não ocorre, o corpo lúteo perdura durante alguns dias, desaparecendo ao final do ciclo menstrual. Contudo, se a fecundação e o desenvolvimento embrionário ocorrem, o corpo lúteo permanece ativo por várias semanas. Após o desenvolvimento da placenta, essa estrutura passa a ocupar o lugar do corpo lúteo secretando progesterona. Portanto, pode-se dizer que uma nova ovocitação não ocorre se o corpo lúteo ou a placenta estiverem presentes.

Na contramão
A ocorrência de uma nova gravidez em uma mulher já grávida depende da manutenção do desenvolvimento do primeiro ovócito fecundado, um processo que, por sua vez, depende da progesterona. Se esse hormônio é eliminado do organismo feminino grávido, ocorre o aborto do embrião em gestação. Por outro lado, se os seus níveis são mantidos, ocorre uma inibição no desenvolvimento de novos gametas femininos.

Assim, a superfetação depende da ocorrência de algo que o ciclo reprodutivo feminino está intrinsecamente programado para evitar.

A superfetação depende da ocorrência de algo que o ciclo reprodutivo feminino está intrinsecamente programado para evitar
Além disso, para que uma gravidez progrida, o embrião deve ser capaz de se implantar corretamente no útero. Para isso, é necessário que haja espaço suficiente e que o organismo produza um ambiente específico controlado pelos hormônios femininos, algo que ocorre somente durante a ovocitação e que é impedido pela presença de um embrião já implantado.

Portanto, para que a superfetação ocorra em nossa espécie, é necessário que eventos aparentemente impossíveis ocorram: a ovocitação deve ocorrer durante uma gravidez já estabelecida, o sêmem precisa ser capaz de atravessar a barreira produzida pelo muco cervical e de superar todos os perigos presentes no ambiente inóspito do interior do útero, e, por fim, fertilizar o ovócito e este, se implantar corretamente no endométrio uterino.


Raridade
A superfetação não deve ser confundida com a superfecundação, que é a ocorrência de duas ou mais fecundações simultâneas por espermatozoides de pais diferentes. Na verdade, a superfetação é um tipo específico de superfecundação que ocorre em ciclos reprodutivos diferentes.

A superfetação já foi reportada em várias espécies de animais. Texugos, martas, panteras, búfalos, lebres europeias e alguns cangurus apresentam casos de superfetação e é provável que existam muitas outras espécies que, pelo menos ocasionalmente, tenham proles com filhotes com idades gestacionais diferentes. Contudo, o fenômeno é extremamente raro em humanos, tendo sido descritos apenas cerca de 10 casos até o momento.


A superfetação já foi reportada em várias espécies de animais, inclusive em texugos (na foto). Mas o fenômeno é raro em humanos, tendo sido descritos apenas cerca de 10 casos até o momento. (foto: Kókay Szabolcs/ Wikimedia Commons)
Ovocitações múltiplas são muito raras em nossa espécie e, atualmente, estão associadas ao uso de medicamentos que induzem esse processo para fins reprodutivos em pacientes que tenham problemas reprodutivos. Além disso, elas costumam ocorrer em dias próximos.

Ovocitações com diferença de vários dias ou mesmo de semanas são episódios raríssimos. Talvez o mais famoso desses eventos seja a gravidez da estadunidense Julia Grovenburg, que concebeu em 2009 duas crianças com duas semanas e meia de diferença.

Como tratamentos contra a baixa fertilidade alteram o delicado equilíbrio hormanal associado à reprodução, não é surpreendente que alguns dos casos de superfetação já descritos ocorreram em mulheres que se submeteram a esses procedimentos.

Uma pesquisa realizada pela equipe de Adele Harrison, do Centro da Saúde das Mulheres e das Crianças de Columbia Britânica, no Canadá, pode ser citada como exemplo. Nesse estudo, foi descrito um caso de superfetação em uma paciente de 32 anos que havia se submetido a uma transferência embrionária que gerou a gestação de dois gêmeos.

Aparentemente, alterações hormonais podem ter propiciado condições para que uma nova gravidez ocorresse três semanas após a implantação dos primeiros embriões.

A exposição a condições não naturais, como as que ocorrem em tratamentos contra a infertilidade, pode afetar a fisiologia reprodutiva feminina
Segundo alguns pesquisadores, a exposição a condições não naturais, como aquelas que ocorrem em tratamentos contra a infertilidade, pode afetar a fisiologia reprodutiva feminina. Por exemplo, está documentado que a superestimulação dos ovários em tratamentos reprodutivos pode resultar em alterações nos ciclos reprodutivos femininos seguintes, mesmo se tiver ocorrido o início de uma gravidez.

A superfetação também pode ocorrer quando a mulher possui, por conta de alguma anomalia ocorrida durante o seu desenvolvimento, dois úteros.

Um dos riscos da superfetação é que a segunda criança nasça prematuramente, podendo ter, por exemplo, problemas no desenvolvimento de seus pulmões. Além disso, há um risco maior de o novo ovócito fecundado não se implantar no local correto, já ocupado pelo primeiro embrião. Desse modo, há um risco de uma gravidez ectópica, na tuba uterina ou em outro local incorreto, gerando aborto espontâneo e risco de morte para a mãe.



Embrião humano de oito semanas na tuba uterina, resultante de uma gravidez ectópica. Esse é um dos riscos envolvidos na superfetação. (Ed Uthman, MD/ CC BY 2.0)
A possibilidade de ocorrência da superfetação nos faz supor que existem diversos fatores e aspectos da reprodução humana que ainda desconhecemos e que podem estar sendo afetados por iniciativas de reprodução assistida.

Estudos em animais que apresentem casos de superfetação talvez possam dar pistas para esclarecer alguns dos mistérios associados à ocorrência desse tipo de reprodução.

Jerry Carvalho Borges
Departamento de Medicina Veterinária
Universidade Federal de Lavras

Fonte: cienciahoje.uol.com

Ajude a mapear espécies de anfíbios

De olho nos anfíbios
O sapo-pulga (‘Brachycephalus didactylus’), o menor anfíbio do mundo, é uma das dez espécies brasileiras raras que o projeto pretende encontrar. (foto: Flickr/ Swamibu – CC BY-NC 2.0)
Os anfíbios vivem em nosso planeta há aproximadamente 400 milhões de anos e sobreviveram às condições extremas que levaram à extinção dos dinossauros. Mas, nos últimos anos, muitas espécies dessa classe começaram a desaparecer rapidamente.
Preocupado com essa situação, o biólogo Scott Loarie, da Universidade de Stanford (Estados Unidos), criou no mês passado o Amphibian Blitz Observation, um projeto que pretende mapear a distribuição das espécies restantes de sapos, rãs, pererecas e salamandras com a ajuda dos internautas de todo o mundo.
“Nós não sabemos exatamente por que os anfíbios estão desaparecendo, provavelmente é uma combinação de doenças espalhadas por humanos, como a quitridiomicose, mudanças climáticas e destruição de seus hábitats naturais”, afirma Loarie.
A iniciativa, que pode ajudar na concepção de novas políticas de preservação, consiste em uma plataforma virtual dentro do portal científico i-Naturalist.  Ali, qualquer um, mesmo quem não é especialista, pode adicionar a foto de um anfíbio ao mapa-múndi do projeto, colocando-a no lugar exato onde o animal foi encontrado.
Os participantes não precisam necessariamente saber a quais espécies pertencem os animais de suas fotos, pois 11 biólogos do projeto formam um comitê avaliador que aponta a identificação correta dos anfíbios. 
Página do projeto
Na página do Amphibian Blitz Obervation, qualquer um pode postar fotos de anfíbios. Um grupo de cientistas se encarrega de identificar corretamente as espécies observadas.
Para proteger os animais de colecionadores e contrabandistas, a localização exata das espécies mais raras não aparece no mapa. Os internautas que contribuem para o projeto também podem, por segurança, optar por ocultar totalmente o local onde viu o animal.
Loarie conta que a ideia do Amphibian Blitz Observation surgiu ao observar que muitas pessoas postavam fotos de animais em páginas da internet como o Flickr.
“Eu me peguei pensando em como seria possível acelerar a coleta de informações necessárias para estimar a biodiversidade dos anfíbios e percebi que um bom modo seria unir o grande fluxo de fotos compartilhadas na internet a uma ferramenta que possibilitasse a validação científica desses dados,” conta.


Contagem progressiva

A meta do Amphibian Blitz Observation é mapear as 6.815 espécies de anfíbios catalogadas até hoje e quem sabe até encontrar outras nunca antes descritas. Pouco mais de 300 espécies já foram fotografadas por entusiastas da biologia de todos os continentes.
“Nosso objetivo mais ambicioso é observar todas as espécies, mas se conseguirmos chegar a 25% delas já será uma grande conquista”, estima Loarie.
Por enquanto, há apenas uma contribuição do Brasil ao projeto, a pererecaBokermannohyla nanuzae, encontrada em Belo Horizonte. Mas o biólogo espera que os internautas brasileiros possam contribuir com observações de animais ameaçados que só são encontrados aqui, como o raro grupo de sapos do gênero Brachycephalus, que vivem na Mata Atlântica. 
Perereca brasileira
Perereca 'Bokermannohyla nanuzae', único anfíbio identificado no Brasil até agora para o projeto. (foto: Raphael Limaum)
“Há muitas espécies, principalmente na região de São Paulo e Rio de Janeiro, que adoraríamos ver”, diz Loarie.
Agora, mais do que nunca, é hora de os brasileiros aderirem ao projeto. Uma pesquisaconduzida pelo biólogo brasileiro Fernando Rodrigues da Silva, da Universidade Estadual Paulista, e publicada na Science aponta que se o novo Código Florestal for aprovado, a população de anfíbios correrá um risco ainda maior. Isso porque mesmo a destruição de pequenos fragmentos de floresta, com até 70 hectares, já abala a diversidade desses animais.


Fonte:cienciahoje.uol.com.br

Vacina contra a esquistossomose: barriga d'água

Um mal que aflige 200 milhões de pessoas ao redor do mundo pode ganhar um programa de prevenção e controle efetivo de sua transmissão. Está sendo desenvolvida na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) uma vacina contra a esquistossomose. O produto, feito com tecnologia totalmente nacional, obteve ótimos resultados em testes com animais e ainda este ano terá sua segurança avaliada em seres humanos.


A esquistossomose caracteriza-se pela inflamação do fígado e do baço causada pelos ovos do verme Schistosoma mansoni. O aspecto físico resultante desse quadro justifica o nome popular da doença: barriga d’água.
“Além de comprometer a saúde, a esquistossomose prejudica as capacidades de aprendizagem e de trabalho e a qualidade de vida do doente”
“Além de comprometer a saúde, a esquistossomose prejudica as capacidades de aprendizagem e de trabalho e a qualidade de vida do doente”, afirma a médica responsável pela pesquisa, Miriam Tendler, da Fiocruz.
O contágio da esquistossomose ocorre depois que larvas do S. mansoni são liberadas na água pelo caramujoBiomphalaria, seu hospedeiro intermediário, e penetram na pele humana. O tratamento é realizado com medicamentos por via oral para matar o parasita dentro do corpo.
No mundo, existem cerca de 800 milhões de pessoas expostas ao risco de infecção. No Brasil, 4 milhões de pessoas sofrem hoje com a doença.
Ovos de ‘Schistosoma mansoni’
Ovos do verme ‘Schistosoma mansoni’ na parede intestinal. A inflamação do fígado e do baço dos pacientes causada por esses ovos resulta no aspecto físico característico da esquistossomose e que deu origem ao nome popular da doença: barriga d’água. (foto: CDC)
Presente em áreas pobres e tropicais do planeta, a esquistossomose fazia parte de um grupo de doenças negligenciadas pelos organismos de saúde. “Como em geral não mata, ela era vista como uma doença com a qual as populações das áreas afetadas deveriam conviver”, diz a pesquisadora.
A vacina preventiva em desenvolvimento na Fiocruz promete mudar esse quadro. “Obtivemos cerca de 70% de imunidade em milhares de camundongos”, informa Tendler.
A vacina foi testada também com sucesso em outras espécies de animais, em um esquema vacinal de três doses, que será agora adotado para os seres humanos, conforme aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A vacina, de aplicação intramuscular, teve imunidade duradoura em animais. Em camundongos, por exemplo, a proteção durou praticamente todo o tempo de vida dos animais.
A vacina teve imunidade duradoura em animais
O trabalho começou vinte anos atrás, quando a Organização Mundial da Saúde criou um programa para o desenvolvimento da primeira vacina contra a esquistossomose.
Na época, existiam seis principais moléculas candidatas, escolhidas a partir dos resultados de seus projetos de desenvolvimento – quatro norte-americanos, um francês e o da Fiocruz. “A proposta brasileira foi a mais abrangente e também a que teve maior progresso, além de ser a única desenvolvida em um país endêmico”, destaca Tendler.


Caráter bivalente

A substância principal da vacina brasileira é a proteína Sm-14, extraída do S. mansoni e presente na estrutura da maioria dos vermes que parasitam o interior de outros organismos (conhecidos como helmintos). Essa proteína é a responsável por induzir o organismo a produzir anticorpos para combater e prevenir a doença.
Proteína Sm-14
A proteína Sm-14, extraída do verme causador da esquistossomose, é a principal substância da vacina desenvolvida pela Fiocruz. (imagem: Richard C. Garratt)
O fato de a proteína usada na vacina não ser específica do S. mansoni faz com que o produto tenha ampla atuação. “A vacina age não só contra a esquistossomose, mas também contra outras doenças causadas por helmintos, como a fasciolose hepática, principal parasitose do gado de consumo”, afirma a médica.
Devido a essa característica, a Fiocruz firmou uma parceria com a Ourofino Agronegócios, empresa especializada em produtos veterinários, que vai ficar responsável pela produção da vacina para uso animal.
Ainda não há previsão de quando a vacina estará no mercado. Segundo Tendler, a prioridade atual é realizar testes mais avançados com o produto.

Fonte:cienciahoje.uol.com.br