terça-feira, 10 de maio de 2011

Você sabe o que é a Globalização de Alimentos?

Se esquecermos por um instante a inflação e os preços e entrar em um supermercado com o olhar atento, a experiência pode ser deliciosa. Alguns alimentos atravessam oceanos para chegar às nossas prateleiras.

De todas as redes mundiais que a globalização criou, esta talvez seja a mais importante: é a que garante que, todos os dias, haverá comida na mesa de milhões de pessoas ao redor do planeta. É a conexão global dos alimentos que faz bacon dinamarquês ser consumido no Japão; ervilhas canadenses na Índia; e soja brasileira na China.

Essa fantástica e veloz máquina planetária assegura que teremos frutas e legumes no supermercado em todas as estações do ano. Tem mais um benefício importante: permite que populações de lugares isolados possam vender seus produtos nos mais ricos mercados da Europa, Japão e Estados Unidos.

Hesham khalifa planta batatas no Egito, onde a temperatura no deserto chega a 45°C. A abertura para os mercados internacionais permitiu que ele investisse o suficiente para fazer chover no deserto. Além de água, o sistema de irrigação leva fertilizantes para a terra árida.

A grande vantagem de plantar batata no deserto é que o agricultor não precisa usar agrotóxicos, já que as pragas não existem ali. O Egito é hoje um dos maiores exportadores de batatas do mundo, mas é preciso muita tecnologia para que cheguem frescas às prateleiras.

A invenção do container foi uma revolução no transporte. As batatas podem ser embarcadas no Egito e passar por caminhões e barcos de forma segura.

Em Gana, na África, os moradores de uma vila plantam um dos produtos mais perecíveis: frutas frescas. Na remota vila de Abor, os moradores participam de um projeto internacional que permite a pequenos agricultores exportar seus produtos.




“Se recebemos encomendas de três mil abacaxis por dia, dividimos o pedido entre todos os agricultores”, explica Frank Essel.

Conseguem atender graças à tecnologia. Para saber se o abacaxi está pronto para a colheita, eles usam um aparelho chamado refratômetro, que mede a concentração de açúcar. Quando o aparelho dá o sinal, eles vestem roupas especiais para se proteger das folhas, que podem provocar cortes, e correm contra o tempo.

Para evitar que apodreçam no caminho, os abacaxis são envolvidos em um plástico especial, com furos invisíveis a olho nu. Os furos permitem a saída de dióxido de carbono, produzido naturalmente pela fruta, mas impedem a entrada de oxigênio, que poderia alimentar fungos, que estragariam a planta. Complicado? É mesmo, mas é fundamental para que esses agricultores lá do interior da África sejam ativos participantes desse mundo globalizado dos alimentos.

É essa conexão mundial que também permite que um dos menores países do mundo, a Holanda, produza um terço dos pepinos e pimentões exportados no mundo e um quarto dos tomates. Um feito e tanto para um país que tem pouco sol na maior parte do ano. Os holandeses conseguem vencer esses obstáculos com estufas, já que 25% das estufas do mundo estão lá. Lâmpadas especiais reproduzem a luz do sol.

Os brasileiros também são muito eficientes na tarefa de encher as prateleiras mundiais. O Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos, e alguns dos nossos maiores consumidores estão do outro lado do planeta. Se ocorrer algum problema nas lavouras do Brasil, os efeitos são sentidos no Oriente. A China, por exemplo, está enfrentando uma alta taxa de inflação no começo deste ano, e um dos motivos apontados pelos economistas é o aumento dos preços dos alimentos produzidos no Brasil.

A rede mundial de alimentos também recebe muitas críticas. É acusada de gastar muito combustível com o transporte, o que acelera o aquecimento global. Muitos defendem que a agricultura deveria ser feita localmente, a pouca distância dos consumidores. Mas, com um sistema cada vez mais veloz e eficiente de distribuição e com tanta gente para alimentar no mundo, vai ser difícil voltar atrás na globalização dos alimentos.



Fonte: Bom Dia Brasil

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