Com pouco dinheiro, é possível servir uma merenda com qualidade aos alunos. O maior problema da merenda hoje não é a falta de verba.
É muito simples preparar um cardápio de qualidade e barato para nossas crianças. Uma professora dos cursos de graduação de Ciências dos Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) dá dicas.
É o Ministério da Educação que determina o que deve ter no prato dos estudantes. A merenda precisa suprir no mínimo 20% das necessidades nutricionais diárias e ter, pelo menos, três porções de frutas e hortaliças por semana. Doces e alimentos enlatados, semiprontos e embutidos podem ser oferecidos, mas com moderação. Exemplo de embutido é a salsicha, muito comum nas escolas por onde passamos.
Levamos os cardápios de algumas escolas que visitamos para a professora Gilma Sturion, do curso de graduação de ciências dos alimentos da USP. Todos apresentavam problemas.
“Têm baixo valor energético. Também a gente vê que é muito deficiente em frutas e hortaliças”, afirma a professora Gilma Sturion.
Para explicar melhor, a professora montou alguns pratos. “Infelizmente a sopa não atende a necessidade energética. Ela é muito adotada, porque é de baixo custo. Esse é um dos cardápios encontrados por aí”, aponta a professora. “As refeições têm baixo valor energético, não chegam a 200 calorias. Teriam de ter 400, no mínimo”, acrescenta.
A professora mostra que, com pouco dinheiro, é possível servir uma merenda com qualidade aos alunos. “Nós temos arroz e feijão, um prato básico dos brasileiros, carne, uma salada de alface com beterraba e um chuchu refogado. Esse prato sairia por R$ 0,80. Isso porque a gente colocou carne. Se fosse frango, custaria R$ 0,60. Tranquilamente, você poderia montar um prato desses”, garante Gilma Sturion.
Um risoto de frango sairia por, no máximo, R$ 0,60. “Nós temos frango, cenora, vagem e milho verde. Ele está bem completo e a gente serve com suco de laranja ou de maracujá, que complementam bem o cardápio”, diz a professora Gilma Sturion.
A professora Gilma Sturion diz que o maior problema da merenda hoje não é a falta de dinheiro. “Os gestores teriam de ter vontade política de investir no programa de alimentação escolar. Se tem o dinheiro, por que não investir?”, indaga.
Fonte: Bom Dia Brasil
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